quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Onde está Deus?

Essa não é uma pergunta que se faz em um momento qualquer. Normalmente essa indagação surge quando alguém está passando pelo que a Bíblia chama de dia mal, quando o vento e a tempestade sopram forte, quando o absurdo e a tragédia batem a nossa porta trazendo o pior dos nossos temores. Um filho viciado, o exame que detectou um câncer maligno, a mulher que fugiu com o amante, a filha que morreu vítima de uma bala perdida ou como aconteceu há poucos dias em meu local de trabalho, quando um colega foi sugado para dentro de uma máquina industrial e veio a falecer depois de trinta minutos de dor e sofrimento. E ele era um servo de Deus. Nesse momento é que a alma grita de agonia em meio ao desespero perguntando onde está Deus?
A resposta é a seguinte. Deus está onde sempre esteve, é a humanidade que está fora do seu lugar.
Vivemos em um mundo caído onde o bem e o mal sempre surgem como uma possibilidade para os bons e os maus. O pecado trouxe desordem para o mundo em todas as suas dimensões. A existência debaixo do sol não prima pela coerência, por isso se vê com freqüência o ímpio prosperando e o justo em dificuldades. O tolo chefiando o sábio. O preguiçoso e acomodado ganhando mais do que o esforçado trabalhador. Pessoas maravilhosas morrendo cedo, enquanto algumas que não deveriam nem ter nascido passando dos 80 anos. Parece injusto, mas a vida é assim. Ainda não chegamos ao novo céu e nova terra onde habita a justiça, onde o próprio Cristo enxugará de nossos olhos toda lágrima. Lembre-se que ainda estamos aqui na Terra, por isso, tudo pode acontecer. Então aproveite o dia bom, desfrute a vida, alegre-se, sorria, passe pela vida e não permita que ela apenas passe por você. Faça isso, e quando chegar o dia mal não se desespere, se tiver que chorar chore. Sinta sua dor, mas não morra por isso. Traga a memória a promessa Daquele que disse que mesmo na bonança ou na tempestade disse estar sempre conosco todos os dias, em todo tempo. Nos dias ensolarados perceba sua sombra e lembre-se que Ele está à sua direita. Nos dias de chuva vislumbre o sol (e Ele é o Sol da Justiça) brilhando acima da tempestade, ela não vai durar para sempre. Mesmo em um mundo que não é o ideal existe um Emanuel, Deus conosco 24 horas por dia.
Quer um conselho? Ao invés de perguntar onde está Deus, faça a oração de Bartimeu “Senhor que eu veja” e com certeza você verá pequenos milagres que parecem ordinários, mas que na verdade são extraordinários. Um ano que termina e você ainda está vivo(a). Quantas idas e vindas do trabalho e nada te aconteceu. Quantas refeições que não faltaram a sua mesa. Você está empregado, não importa o salário, tem gente que não tem nada. Mas o desempregado também não morreu de fome. Quilômetros e quilômetros rodados de carro e nenhum acidente. Ninguém morreu na sua família. Você não precisou correr para emergência de madrugada com ninguém. Os dias passam e você tem vencido a carne, o mundo e o pecado. Tudo isso são milagres. Por pior que seja sua situação sempre haverá um milagre acontecendo.
Onde está Deus? Onde sempre esteve.
Senhor que eu veja.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Deus corresponde ao nosso amor

A vida é, foi e sempre será marcada por encontros e desencontros, e não dá para fugir disso. Esse é o risco que se corre pelo simples fato de se estar vivo.
Todo ser humano é carente de amor, atenção e carinho, quando essa necessidade se torna mais latente começamos a procurar alguém que possa nos dar o que precisamos, mas ao mesmo tempo em que existe a necessidade de receber, também existe em nós o desejo de retribuir e oferecer a alguém aquilo que almejamos tanto para nós, fazendo dessa troca uma via de mão dupla, onde duas pessoas se suprem mutuamente. Quando isso acontece entre um homem e uma mulher eu chamo isso de um “bom encontro”, expressão essa pronunciada pela primeira vez por Eliezer, mordomo de Abraão, quando pedia a Deus que lhe desse bom êxito em cumprir sua missão de levar uma esposa para Isaque, filho de seu senhor.”Dá-me bom encontro”, disse ele. E o Senhor o atendeu.
O problema é nem sempre tudo é tão romântico como os encontros registrados na Bíblia. Isaque recebeu Rebeca como mulher e foi correspondido, Jacó se apaixonou por Raquel e foi correspondido. José amava Maria e era correspondido. A Bíblia não registra ninguém levando um fora, pelo menos eu ainda não encontrei. Ok, ok. Sei que devemos levar em consideração a cultura da época e coisa e tal, mas, por exemplo, Rebeca teve a opção de não ir com Eliezer, mas decidiu ir, sorte de Isaque. Às vezes não temos tanta sorte. Quantas vezes desejamos cobrir alguém de amor e carinho, mas esse alguém não está nem aí para os nossos sentimentos. Presentes, agrados, declarações e etc., parece que nada faz efeito, parece que não faz nenhuma diferença. Isso dói muito. A dor da rejeição, a dor de não ser aceito a dor de não ser amado.
Está lembrando de alguém agora? Eu também. Mas lembre-se que nessa história de encontros e desencontros tenha certeza que nós não somos vítimas o todo tempo, algumas vezes somos os promotores da dor no coração de alguém que sofre por não conquistar nosso amor.
Um amor correspondido. É o que todos desejam, mas nem sempre se alcança.
Não escrevi esse texto para falar de “dor de cotovelo”, mas para recordarmos que existe alguém que corresponde nosso amor. Veja o que ele diz “... aquele que me ama será amado por meu Pai, eu também o amarei e me revelarei a ele”. Jo.14:21. Isso é lindo!
Eu não sei quantas são suas lembranças de amores não correspondidos. Pessoas que você desejou e não conseguiu conquistar. Gente que ficou indiferente aos seus sentimentos, mas existe alguém chamado Cristo que valoriza o que você sente por Ele, e a boa notícia é que ele nos amou primeiro “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro”. I Jo.4:19. Mas ainda não acabou. Somos amados apesar dos nossos pecados, erros e debilidades “Mas assim Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”. Pensa que acabou? É só o começo. Leia isso “Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem demônios, nem presente, nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo, nosso Senhor”. Rm.8:38-39. E por último, pelo menos nesse texto, guarde o que escreve João, o apóstolo do amor “Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue”. Ap.1:5b.
Se ninguém no mundo corresponder ao seu amor, saiba que existe alguém que deixou a eternidade para vir aqui na Terra dizer a você. EU TE AMO.
Desfrute esse amor e lembre-se que de que Ele também quer ser correspondido.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Falando se sexo

Se havia uma coisa que me irritava demais na minha infância eram respostas negativas sem explicação. Por exemplo. “Posso ficar até mais tarde na rua?”. Perguntava aos meus pais. “Não”. Respondiam eles. Tornava a perguntar. “Mas porque não?”. E o que eu ouvia era. “Porque não”, ou quando muito “Porque eu não quero e pronto”. Normalmente com essa frase a questão era encerrada e lá ia eu chorando, inconformado com a resposta que não havia me convencido. Será que poderia duvidar das boas intenções de meus pais? Seriam eles estraga prazeres? Claro que não. No fundo sabia que a intenção deles era me proteger, mas também sabia que a explicação poderia ter sido melhor.
Você já viveu uma situação semelhante? Já recebeu uma resposta que nunca o convenceu? Então você sabe do que eu estou falando.
O que eu quero dizer é que existem perguntas que exigem uma boa resposta, caso contrário correm o risco de não serem levadas a sério. Uma dessas questões é a que envolve a questão sexual. Quando alguém indagada a um cristão “porque seria pecado sexo antes do casamento” o que a maioria responde? “Porque a Bíblia diz que é pecado e pronto”. Ora essa resposta seria muito boa para alguns, principalmente para os crentes, mas para outros seria uma resposta como aquelas que eu recebia de meus pais quando era criança. Uma resposta que poderia ser melhor.
Mas então qual seria a melhor resposta?
Para responder a essa outra pergunta é necessário sabermos o que Deus pensa sobre o assunto, para isso peço que sejam consideradas três palavras: matrimônio, sexo e divórcio.
Primeiro vamos falar de matrimônio, mais conhecido como casamento. O escritor aos hebreus diz “o casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro, pois Deus julgará os imorais e os adúlteros”. Com isso a Bíblia destaca o valor do casamento não como uma instituição humana, mas divina. Mas o que seria casamento para Deus? Seria um registro no cartório civil? Seria uma cerimônia religiosa celebrada por um pastor ou padre? Nada disso. Para Deus o que valida, autentica e confirma o casamento é o sexo. As cerimônias com toda sua pompa e luxo não passam de invenções humanas herdadas da idade média onde a plebe sonhava trazer para sua realidade a suntuosidade dos casamentos que aconteciam nos palácios. Para Deus tudo é mais simples, Para Ele, sexo é casamento. Por isso está escrito em Gênesis “Deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á (sexo) a sua mulher e serão ambos uma só carne”.
Ora, se para Deus, sexo é casamento e casamento é sexo, eu só devo me relacionar sexualmente com alguém depois que estiver certo de ter encontrado alguém para assumir como minha esposa, e isso só deve acontecer quando houver amor.
Sexo que não é encarado como casamento é imoralidade, prostituição, egoísmo e pecado. Casamento é pacto, compromisso, aliança. Por isso, sem a certeza de que a outra pessoa faz parte de você, assim como você dela não deve haver sexo, pois uma vez tendo praticado sexo com alguém estarei casado com ela e uma vez casado não deve haver separação. Diz o profeta Malaquias “Eu odeio o divórcio, diz o Senhor”.
Sem amor não deve haver casamento (sexo), porque casamento (sexo) sem amor é pecado. E amor é muito mais que atração física, desejo, tesão. Essas coisas qualquer animal irracional sente (um cão sabe quando uma cadela está no cio), Pessoas precisam de relacionamentos mais profundos, duradouros, estáveis. Isso se não quiserem baixar ao nível dos animais, tais quais os “tigrões” e as “cachorras” que existem atualmente.
Se você não sabia como dar uma boa resposta a questões dessa natureza, eis um bom argumento.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Nosso destino

Texto de Ed René Kivitz editor do blog outraespiritualidade.blogspot.com
Uma das coisas mais estúpidas que já acreditei em termos de religião foi que a composição da população do céu podia ser mensurada pelo número de pessoas que dissessem sim a um apelo de conversão a Jesus Cristo feito nas bases da tradição do cristianismo protestante evangélico anglo-americano. Traduzindo: se você acredita que irão para o céu somente as pessoas que aceitam a Jesus como salvador depois de ouvir o evangelho pregado a partir da cultura anglo-americana, então você está em apuros: o seu céu é pequeno demais; o seu Deus é pequeno demais; o seu Cristo é pequeno demais; o seu evangelho é pequeno demais; o seu Espírito Santo é pequeno demais; o seu universo de comunhão é pequeno demais; seu projeto existencial é pequeno demais; sua peregrinação espiritual é pequena demais.É urgente que se articule uma outra maneira de convocar pessoas para que se coloquem a caminho do céu. Uma convocação que considere que “nem todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” – palavras de Jesus. Uma convocação que re-signifique o conceito de céu, que deve deixar de ser um lugar geográfico em outro mundo para onde se vai após a morte, para significar uma dimensão de relacionamento com o Deus Eterno para a experiência contínua do processo de humanização: estar em Cristo, ser como Cristo, ser Cristo. Com isso quero dizer que o convite para aceitar Jesus como salvador como credencial para ir para o céu não é a melhor convocação. A melhor convocação é um chamado para se tornar uma outra pessoa. A peregrinação espiritual cristã não é uma migração de um lugar para outro, mas de um estado de ser para outro. Nosso destino não é o céu. Nosso destino é Cristo. E tenho certeza de que muita gente vai chegar lá mesmo sem nunca ter ouvido o plano de salvação desenvolvido pelos teólogos sistemáticos anglo-americanos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Participando da Ceia sem medo

“... portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor...”.
“... Pois quem come e bebe sem discernir o corpo e o sangue do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso, há entre vocês muitos fracos e doentes e vários que já dormiram”. I Co.11: 27-30.

Que medo! Quem nunca tremeu diante dessas palavras? Tem crente que por causa desses versos nem participa da ceia, às vezes por pura bobagem. Isso acontece, por exemplo, com o irmãozinho que passa pela banca de jornal para ver as manchetes, e por um descuido, corre os olhos para alguma literatura indiscreta. Ou a irmã que não vai cear porque passou o dia todo assistindo novela. E ainda aquele adolescente não vai tomar o pão nem o vinho porque navegou por alguns sites na Internet que não são aconselháveis a um cristão.
No fundo, no fundo. Todo mundo sabe, ou pelo menos desconfia, que deixar de participar da mesa do Senhor por conta dessas coisas é uma grande besteira, e esse texto vai dizer porque, mas só para garantir que aquele anjo com a espada desembainhada que cruzou com Balaão no caminho não cruze o seu caminho, por desencargo de consciência, o crente deixa de ceiar.
Não quero aqui banalizar nenhum tipo de pecado. Quero apenas lembrar-lhes o significado da ceia, que é recordar a morte substitutiva de Cristo, que para nós representa o perdão dos pecados, por isso, não há motivo para crente algum deixar de participar do corpo e do sangue do Senhor. O trabalho diabo é nos acusar, a fim de que cedendo aos seus argumentos deixemos de participar desse mandamento acerca do qual disse Jesus “... todo aquele que come a minha carne e bebe do meu sangue permanece em mim e eu nele” Jo. 6:56. Quando um crente deixa de participar da ceia é como se ele estivesse declarando que não acredita que Deus tenha poder de perdoá-lo.
Veja o que diz a Bíblia. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”. I Jo. 1:9, e ainda afirma “Meus filhinhos, escrevo-lhes essas coisas para que não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo”. I Jo. 2:1-2.
O Deus que nos manda perdoar setenta vezes sete, também é o Deus que perdoa setenta vezes sete.
Então quem são os indignos? Os fracos? Os doentes? Os que dormem? Esses são os que estão vivendo no erro, sabem disso e nunca se chegam diante do Trono da Graça para alcançarem misericórdia.

Nele, que lança nossos pecados na profundeza do mar e ainda coloca uma placa para o diabo ler. Nela está escrito “É proibido pescar”.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Os três porquinhos e a teologia da prosperidade

Esse texto não é meu, ele foi escrito pelo José de Souza Barbosa Jr., editor do site Crer e Pensar.
Vale a pena ler. É simplesmente genial.
Suinolândia era uma cidade pacata. Apesar do fato da maioria esmagadora dos habitantes da cidade serem porcos, era uma cidade limpa, tranqüila, que nos últimos tempos andava em polvorosa. Era que se achava por aquelas bandas o terrível Lobo Mau, personagem conhecido das lendas de muitos povos, mas nunca antes visto por aqueles ingênuos porquinhos.A cidade ultimamente andava meio estranha mesmo. O novo Prefeito, Sr. Je-suíno, evangélico que era (como a maioria dos porquinhos da cidade), já havia feito suas primeiras participações na vida “política” da cidade, e participações “importantíssimas”, todas recomendadas pelo seu Pastor, ou melhor, Apóstolo, o Reverendíssimo Sr. Renê Porcalhão. Trocou o nome da cidade, que antes se chamava “Nossa Senhora dos Porquinhos Aflitos”. Colocou em letras garrafais na bandeira da cidade a frase “Suinolândia é do Senhor Jesus, Povo de Deus, declare isso”. Fez uma cerimônia de purificação do Palácio do Governo, expulsando assim os “demônios territoriais” que ali estavam alojados, e ainda ungiu com óleo todos os seus Ministros e Secretários (todos membros de sua Igreja, é claro). Todos atos realmente significativos e transformadores da realidade local. Coisa de porco, né ?!
Ah! Uma outra coisa. Ele não retirou o monumento da entrada da cidade, um monumento estranho, algo como um Esquadro e um Compasso invertidos, acho que emblema da Má-suinaria, entidade da qual o Prefeito (e seu Pastor) faziam parte.Havia nessa cidade três porquinhos irmãos muito interessantes. Os três eram evangélicos também, apesar de reunirem-se em Igrejas bem diferentes.
O primeiro, mais novo, havia recentemente perdido todos os seus bens. Um assaltante (esse sim, um porco de verdade) havia lhe roubado tudo o que tinha, todos os seus pertences, só lhe restou a pobre casa de palha, e a fé de que dias melhores viriam.
O segundo, depois de abandonar a Má-suinaria, perdeu o emprego, não conseguiu mais nada, e vivia de “bicos” em sua pobre casinha de madeira.
O terceiro, diferente de todos, era rico. Afinal de contas, como ele mesmo dizia, ele era “Filho do Rei”. Membro da igreja do Apóstolo René Porcalhão, trabalhava também na Prefeitura, e era Secretário de Fazenda do Município. Tinha uma vida um tanto dúbia, pois todos sabiam que ele “metia a pata” no dinheiro público, e seus bens não conferiam muito com o que ganhava como funcionário da PMS (Prefeitura Municipal de Suinolândia), mas sabia se esconder como ninguém atrás de sua capa evangélica. Sua casa, diferente das casas dos irmãos, era muito grande, feita de tijolos, com várias dependências. Tinha uma vida boa, pra porco nenhum botar defeito.Com a notícia de que o Lobo Mau andava pela cidade, havia um certo ar de batalha na cidade. Os fiéis do Rev. Porcalhão já haviam dado sete voltas em volta da cidade, amarrando o Lobo Mau, mandando-o para o abismo e coisas desse tipo, mas acho que a corda era fraca, pois toda semana repetiam o ato. E não era só contra o Lobo, mas contra seus lobinhos também: o lobinho da fome, lobinho da miséria, lobinho do medo, lobinho da dor-de-cabeça, enfim parecia haver tantos lobinhos que não sei como achavam tantos nomes.Certo dia, o Lobo Mau em pessoa resolveu aparecer, e foi direto na casa do primeiro porquinho. Ao chegar, viu-o orando e como não conseguia tocar-lhe soprou forte sobre a casa de palha, e esta se espalhou ao vento, revelando a todos na cidade o grande poder do Lobo, mas também o fato notório de que ele não podia, sequer, tocar naquele porquinho.
Saindo dali, o malvado Lobo, parou em frente a casa do segundo porquinho, uma casa simples de madeira, mas vazia. O porquinho havia saído para mais um “bico”. Com muita raiva, destruiu toda a casa deixando-a em escombros, para tristeza do porquinho que chegou logo depois, e só teve como consolo orar.... e recebeu consolo.
Logo depois, o famigerado Lobo Mau deparou-se com uma mansão enorme, dessas de filme, com chafariz, piscina, carros na garagem, e pensou: é agora que eu me faço!! Ao ver o Lobo no portão de sua casa, o terceiro porquinho não hesitou: foi para fora e com dedo em riste disse: - Lobo Mau, eu te amarro e ordeno que me digas toda a verdade em nome de Jesus. O Lobo, percebendo o modo de pensar do porquinho, resolveu não destruí-lo, era melhor conversar. O porquinho pensava que porque dizia a frase mágica “em nome de Jesus”, o Lobo seria obrigado a responder-lhe realmente a verdade. Coitado! Não sabia que o Lobo tentou enganar até o próprio Senhor Jesus. O porquinho lhe perguntava sobre sua hierarquia Lobal, como se organizavam, áreas de atuação de cada lobinho, como eram os nomes deles realmente. E, malandro como era, o Lobo entrou na dança. Respondia tudo como lhe era agradável, satisfazendo o desejo incontrolável do porquinho em saber detalhes da vida de Lobo.
Logo, chegaram vários outros porquinhos da cidade, sabedores da visita do Lobo ao porquinho mais velho. Multidões queriam ouvir o Lobo falar, ouvir o Lobo é melhor que ouvir o Cordeiro. Sem que o porquinho percebesse, o Lobo já estava sentado em sua grande sala, com todo o conforto, com toda a pompa, ocupando lugar de destaque em sua casa. A febre tomou conta da cidade. O porquinho mais velho resolveu, através de suas conversas publicar dois grandes livros, que logo se tornaram os mais vendidos nas livrarias ditas evangélicas: “A Divina Revelação do Lobo Mau” e “Ele Veio Para Devorar os Porquinhos”. Ganhar dinheiro com as revelações do Lobo Mau era um grande negócio, pois ninguém mais queria ler as Palavras do Cordeiro, palavras mansas, denunciativas, coisas que não interessavam muito a porquinhos ocupados com o grande Lobo Mau.
Em tempo: os outros irmãos juntaram-se e construíram uma outra casa, simples, mas firmada sobre a rocha, que Lobo Mau nenhum mais conseguirá derrubar. Humildes, reconheciam em todas aquelas provações, razões para crescerem em Deus, pois a única coisa que o Lobo não lhes tinha tirado, renovava a esperança dos mesmos em uma vida melhor: a FÉ !!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Quem tem promessa de Deus não morre. Será que não?


Sinceramente não de sei onde nós, evangélicos inventamos algumas coisas. De repente, ninguém sabe quem, onde ou quando, alguém surge com uma frase ou jargão interessante, quase sempre uma frase bem conveniente a nós, e depois de pouco tempo isso vira teologia. Um exemplo disso é esse jargão bastante conhecido em nosso meio “quem tem promessa de Deus não morre”. Seria isso verdade?
Segundo a Bíblia. Sim e Não.
Como assim? Alguém pode perguntar.
Se lermos todo capítulo 11 da epístola aos Hebreus, encontraremos ali a galeria dos heróis da fé. Dentre esses heróis estão descritos ali dois grupos de servos de Deus. Os que honraram a fé e os que foram honrados pela fé.
A respeito do primeiro grupo, veja o que diz o verso 13 “Todos esses viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido, viram-no de longe e de longe o saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrino na terra...”. Viram? Não sou eu, é a Bíblia quem está falando.
Tem gente que transforma até jargão em promessa e quando vai orar ainda usa isso para falar com Deus dizendo “Senhor, a tua Palavra diz que quem tem promessa do Senhor não morre enquanto não ver essa promessa se cumprir...”, e por aí vai.
Então quem tem promessa de Deus pode morrer sem ver a promessa se cumprir? Pode morrer sim.
Mas existem casos em que realmente o crente não morre sem ver a promessa de Deus se cumprir. Sabe quando? É quando ele pertence ao segundo grupo, aqueles que foram honrados pela fé. O verso 33 do mesmo cap. 11 de Hebreus diz “... os quais pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas, fecharam a boca de leões e etc...”.
Agora a decisão do grupo ao qual iremos pertencer depende única e exclusivamente da vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável. Então, em tudo dê graças.
Ainda existe outro caso em que o crente não morre sem ver a promessa se cumprir. É quando Deus diz que ele não vai morrer sem ver a promessa se cumprir. Mas tem que ser Deus mesmo falando. Não pode ser nenhum “vaso” querendo usar Deus através da “visagem, profetada e revelamento”. Nem pode ser um crente querendo interpretar a Bíblia em seu próprio benefício. A Bíblia fala de um homem chamado Simeão, Lc.2: 26. A Ele foi revelado pelo Espírito que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor, e assim foi. Mas assim foi porque foi Deus quem realmente falou, e quando Deus fala não há confusão, nem frustração.

Nele. Que é a maior de todas as promessas tanto agora, quanto no por vir.

domingo, 21 de outubro de 2007

O propósito desse Blog

Há algum tempo vinha sendo gerado em meu coração o desejo de publicar um site onde eu pudesse compartilhar minhas reflexões, divagações e experiências com Deus. Mas descobri que criar um blog seria muito mais simples.
Sempre fui um grande questionador. Nunca me conformei, e até hoje não me conformo em aceitar, logo de primeira, tudo que me dizem ou ensinam. Gosto de inquirir, indagar, procurar outras possibilidades e interpretações para tudo. Odeio a mesmice e o convencional. Quando se trata de assuntos espirituais meu comportamento é o mesmo. Estou sempre investigando, ouvindo e estudando tudo que diz respeito a Deus, ao seu filho Jesus e ao Espírito Santo. Seja em um sermão, livro, texto, pensamento ou mesmo em uma conversa informal. Aprendi a formar minhas próprias opiniões ao invés de ser um papagaio espiritual que repete tudo que ouve sem a devida investigação espiritual.
Nesse blog estarão alguns de meus pensamentos e idéias sobre os mais diversos temas do universo evangélico, a quem possa interessar. Não espere que eu faça desse espaço um diário virtual, como fazem alguns. Vai perder o seu tempo.
Você não é obrigado a concordar comigo em tudo que estiver escrito aqui. Aliás, é bom que isso não aconteça.
Em alguns casos estarei certo, ou pelo menos coerente. Em outros estarei errado. Por isso, conto com sua opinião sempre que não concordar comigo. Isso vai ajudar a renovar meu pensamento.
Para concluir essa primeira postagem, devo adverti-los que a polêmica sempre terá lugar cativo por aqui, pois ela é o tempero do prato. Na verdade meu desejo é estimular sua reflexão, como sugere o título do blog.
Não prometo escrever todos os dias, mas vou tentar.
Passe aqui sempre que quiser, sua opinião sempre será bem vinda. E lembre-se. Creia em tudo o que diz a Palavra de Deus, mas não se esqueça que pensar não é pecado.