terça-feira, 13 de maio de 2008

Jesus não é substantivo, é Verbo


Lembro-me que no tempo de escola nunca fui muito bom em português. Aliás, em português, matemática, química, física ..., bom, é melhor parar por aqui. Nessas matérias sempre passei beirando o precipício, mas graças a Deus nunca caí nele.
Folheando as páginas da Bíblia esses dias no Evangelho de João, logo no primeiro versículo do capítulo 1, parei diante de uma afirmação a respeito de Cristo que me fez lembrar a gramática portuguesa. Lá está escrito “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”. No original a expressão usada para designar o Verbo é “Logos”, que significa palavra, mas traduzida para nossa língua, a melhor expressão é realmente Verbo, porque palavra pode ser qualquer coisa, um substantivo. Substantivo é uma palavra estática, sem dinâmica, sem vida. Sendo assim Cristo não pode ser qualquer palavra, mas sim um Verbo, ou melhor, o Verbo, porque Verbo designa ação, estado, mudança de estado ou fenômeno. O verbo está sempre em movimento, trabalhando, agindo. Por isso, Cristo é o Verbo. Jesus disse “meu pai trabalha até agora e eu também”.
O verbo é a essência. Elimine os verbos e o que resta? Tire os verbos e o que sobra? Confusão, incoerência. Os verbos dão sentido a frase, à comunicação. Jesus, O Verbo, dá sentido a vida. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Jesus é o Verbo de Deus, é o Pai agindo em amor, graça, misericórdia e perdão.
O verbo pode ser singular e também plural. Jesus é singular porque é único. Não há ninguém maior, ninguém melhor, ninguém que se compare. Quem falou como Jesus? Quem viveu como Jesus? Quem amou como Jesus? Ele é singular porque tem que ser único para cada indivíduo, intimamente e pessoalmente, mas também tem ser plural porque é para todos: grandes, pequenos, ricos, pobres, jovens e velhos. O Verbo deve ser conhecido de todos, pois conhecendo o Verbo o homem se vê livre da ignorância, livre do seu analfabetismo espiritual.
Para quem não sabe, verbo também tem tempo e modo. O verbo sabe lidar com nosso passado, ele conhece bem nosso presente e pode preparar nosso futuro. Jesus, o Verbo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. O passado ele esquece, no presente ele transforma e do futuro ele cuida e mesmo em qual tempo for o Verbo tem modo. Ele é indicativo e pode estar na primeira pessoa falando dele mesmo “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, “Eu sou a porta”, “Eu sou a luz do mundo”, “Eu o Pão vivo que desceu do céu”, “Eu sou a ressurreição” ... Como subjuntivo ele questiona, pergunta, indaga “Que dizem os homens a respeito de mim?”, “Crede que eu possa fazer isso?”, “Quando pois vier o Filho do homem achará fé na terra?”. No modo imperativo ele ordena, determina. Aos demônios diz o Verbo “Cala-te e sai dele”. Ao morto Lázaro ele fala “Sai para fora”. A filha de Jairo ele manda “Menina, a ti te digo levanta-te”. Ao pecador e conclama “Arrependei-vos” e “Entrai pela porta estreita”. Ao ansioso ele diz “Olhai para as aves do céu”. Ao materialista ele ensina “Buscai primeiramente o Reino de Deus”. É o verbo com autoridade e poder.
O Verbo também pode estar na segunda pessoa e pode falar a nosso respeito. Ele pode dizer “Necessário vos é nascer de novo”, “Eu vos escolhi e vos nomeei pra que vades e deis fruto”, “Eis que estou convosco todos o dias até a consumação dos séculos”, “vos sereis meus amigos se fizerdes o que eu vos mando”, “aquele que tem os meus mandamentos e o guarda esse é o que me ama”.
Mas o verbo também pode estar na terceira pessoa e quando isso acontece o Verbo que nos ensina a tirar o foco de nós mesmos e olhar para o lado, pois o “ele” é o nosso próximo. E em relação ao próximo diz o Verbo: amai-vos, perdoai-vos, suportai-vos, não faleis mal um dos outros, comunicai as vossas necessidades, orai uns pelos outros, confessai “. O verbo nos ensina a não adorarmos o “eu”, porque o único “eu” que pode ser adorado é, o próprio Verbo.
O Verbo também fala de “nós”, na primeira pessoa do plural. Isso fala do Verbo Jesus e sua noiva. A ela diz o Verbo “Levanta-te, amiga minha, formosa minha e vem” após isso sua amada responde “Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele se alimenta entre os lírios”. É o Verbo em verso e prosa. O verbo discorrendo um romance. É o Verbo em amor.
Mas ainda não acabou, pois o Verbo não deixa de falar na sobre “vós” na segunda pessoa do plural. O “vós” fala do posicionamento da noiva, a igreja em relação ao mundo. E assim diz o Verbo “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo”, Nós igreja, somos apenas substantivos à serviço do Verbo e devemos ser usados como e quando ele quiser nos usar.
E por ultimo o Verbo se expressa na terceira pessoa do plural, “eles”. Isso representa o que Cristo, O Verbo fala sobre o mundo, “dispersos como ovelhas sem pastor”, “em trevas”, “perdidos”, “Debaixo da ira de Deus”. Mas quando “eles” se encontram com o Verbo algo muda, porque Cristo como Verbo sempre muda o estado. Sem o Verbo perdido, com o Verbo salvo, sem o Verbo distante de Deus, com o Verbo reconciliado com Deus, sem o Verbo velho homem, com o Verbo nova criatura. Para isso basta o “sujeito” passivamente receber a ação Verbo na Cruz e responder ativamente arrependendo-se de seus pecados e entregando sua vida deixando-se ser conjugado por Cristo o Verbo da Vida.

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória cheio de graça e verdade.

Pense nisso.

sábado, 3 de maio de 2008

O privilégio de contribuir


Sim essa é a palavra correta privilégio. Isso porque se alguém acha que contribuir é uma obrigação, em nome de Jesus fique com sua contribuição, ou melhor, com seu dinheiro.
Sei existem outras formas de contribuição na igreja, e é verdade. Tem gente que coopera com seu tempo, outros ajudam com seus conhecimentos e dons, mas também é necessário que haja uma colaboração financeira. Deus é dono do ouro e da prata, mas esse recurso de Deus está no nosso bolso.
O problema dos crentes é que achamos que as bênçãos de Deus são apenas para nós. Quando Deus nos faz prosperar é para que a nossa prosperidade abençoe o Reino de Deus e ao próximo. Contribuir é um privilégio, porque quando o fazemos estamos reconhecendo a benção e o cuidado de Deus sobre nossa vida. Quando ofertamos ao Senhor estamos dizendo ao mundo, ao diabo e a nossa natureza humana que a nossa firmeza e confiança não está no nosso dinheiro, mas no Senhor que nos supre diariamente. Ao darmos ao Senhor exercitamos o altruísmo e mortificamos o egoísmo que nos faz pensar apenas em nós. Ao contribuirmos financeiramente com a obra de Deus estamos rejeitando a avareza, que segundo a Bíblia é idolatria. Pois aquele que confia no que tem no bolso ou em sua conta bancaria está fazendo do dinheiro o seu Deus. Ele ama tanto o seu dinheiro que não é capaz de dá-lo a ninguém, nem a Deus. O nome do deus dessa pessoa se chama Mamom e não se pode servir ao Deus verdadeiro e a Mamom.
A Bíblia ensina que ninguém é tão pobre que não possa contribuir e ninguém é tão rico que não precisa ser ajudado. Paulo diz que a igreja de Corinto era pobre, pobre, pobre de marré, marré, marré, mas da sua profunda pobreza superabundou em riqueza através da generosidade. II Co.8:2. O apóstolo ainda ensina como devemos contribuir “E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça;
Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus”. II Co.9:6-11.
A contribuição é a melhor maneira de prosperar e sempre será proporcional a nossa liberalidade. Prestou atenção no que escreveu Paulo? Ninguém deve contribuir por tristeza ou por constrangimento, mas de coração. Deus ama quem dá com alegria.
No antigo testamento também temos inúmeros relatos de liberalidade ao Senhor. A Bíblia nos relata que quando Moisés disse que iria construir um tabernáculo para adoração o povo se moveu voluntariamente para contribuir. “E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao SENHOR para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes santas”. Ex.35:21.Se você acha que Deus vai te consumir porque você não oferta nem dizima pode ficar com sua consciência tranqüila. Sei que isso pode ser um alívio para muita gente, mas aqueles que tem o coração no Senhor não ofertam por constrangimento, mas por se sentirem privilegiados de fazerem para de uma obra que começa aqui, mas que tem resultados eternos. Esses que assim o fazem ofertam por amor.
Pense nisso!.