sexta-feira, 29 de maio de 2009

Reflexão sobre o amor


O amor normalmente é assim: inesperado, repentino, surpreendente. Digo, normalmente, porque o amor não é óbvio, muito menos previsível.
O amor, ainda que faça parte das relações humanas, encontra na ciência exata sua analogia. Seria o amor traduzido então pela matemática? Matemática não! Química. O amor não é constituído de por números, expressões ou equações. Ele contém apenas elementos.
Mas seria a matemática capaz de traduzir o amor? Sim, pois o amor é como duas retas perpendiculares que se encontram, unindo-se em um mesmo ponto. Ele, o amor nunca será paralelo, pois ainda que duas pessoas andem lado a lado, seus corações nunca se encontrarão. Por isso, o amor deve ir além da amizade e do companheirismo. Sem a interseção de sentimentos, emoções e propósitos, não há amor.
O amor há de ser sempre a arte do encontro. Uma via de mão dupla. Um constante dar e receber, uma troca permanente, um eterno depósito de tudo que há de melhor e nobre nesse mundo. O amor nasce nos dois lados. Seja dando ou recebendo. O amor deve ser assim. Se há desencontro então não há amor. Se a via for apenas de mão única, só resta decepção. Porque quem ama quer ser amado. Quem deseja, quer ser desejado, e quem conquista, inevitavelmente quer ser conquistado. Se não for assim, então caia fora.
Quer um conselho? Nunca tente forçar o amor. Ele não nasce de má vontade. Ele nasce do nada. Não pode ser produzido, visto que é espontâneo e livre. Ele é auto-existente. Tem vontade própria.
Mais um conselho. Não julgue o amor. Ele tem personalidade forte. O amor é corajoso e audaz. Ele enfrenta a tudo e a todos. Ele zomba da aparência, da estética, da condição social e da opinião alheia. As vezes ele parece burro e ignorante. Nada disso! Ele é apenas excêntrico. Por isso, poderá ser incoerente, ilógico, sem roteiro pré definido, sem preconceito.
Assim, homem e mulher, quando se amam. Não unem apenas seus corpos, mas também suas almas. O amor tem o poder de unir a tríade humana: corpo, alma e espírito. Se apenas os corpos se unem pode haver sexo, mas nunca será amor. E quando as almas se unem, sem o desejo ardente de um pelo outro, se estabelece outro tipo de amor, mas não do tipo homem e mulher.
O amor é sutil, sereno e harmônico. Ao mesmo tempo em que é intenso dinâmico e insinuante. O sentimento deve ser quente, nunca frio e muito menos morno. Nada de mais ou menos. Já que o amor desejará mais, muito mais. O amor não aceita distância, só proximidade. O amor sente saudade. Ele quer estar perto, e quando perto, quer estar mais perto. No amor não há dúvidas, só certeza.
Se há verdadeiro amor entre um homem e uma mulher, então há poesia, se há poesia, há arte, há inspiração, há um mistério. Já que ninguém sabe ao certo como ou em que momento ela nasce. Assim é o amor. Complexo, inalcançável, sublime.
Existem certas coisas que não são para se compreender, apenas para se desfrutar. Então não perca tempo tentando desvendar a caixa preta do amor. Ele é um código criptografado pelo próprio Criador. Apenas aproveite. Ame se puder amar e ser amado. Se não for assim, fique só, pois será melhor. Sendo assim. Então ame, se tiver sorte.
“Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma donzela”. Pv.30:18-19.
Salomão

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Toma lá, dá cá


Não é minha intenção fazer comentários sobre nenhum programa humorístico da TV, só achei o título apropriado.
Toma lá, dá cá é o tipo de relacionamento que nós costumamos ter com nosso próximo. Se alguém faz algo por nós ficamos em dívida com essa pessoa. Se fizermos um favor para alguém essa pessoa fica em dívida conosco. Muita gente vai dizer “mas eu não ajo assim”. Então experimente ajudar uma mesma pessoa diversas vezes. Vá a essa pessoa, peça ajuda e receba um “não” como resposta. Imediatamente virá a sua memória todas as vezes que você a ajudou e agora que você precisa não foi ajudado. Indignação. É isso que você sentirá. Isso porque no seu íntimo existia o sentimento de que alguém que você ajuda sempre fica em dívida com você pelas vezes que você creditou na vida dela. Toma lá, dá cá. Isto é, eu te ajudo, mas quando eu precisar você me ajuda. Essa é lei dos homens.
Digo isso, porque costumamos transferir essa mesma relação humana de barganha, de toma lá, dá cá para Deus, por isso, temos dificuldade de compreendermos a graça de Deus.
A graça, para maioria de nós, ainda nos parece um segredo encoberto, indecifrável, porque estamos acostumados com essas relações humanas de segundas intenções, de pseudobondade, dessa expectativa velada de recompensa ou proveito pelo bem efetuado. Assim, começamos achar que Deus também é desse jeito, só que Deus não estabelece um relacionamento conosco com base nos relacionamentos humanos, por isso, ele é Deus.
Quantos ainda se aproximam do Deus de toda graça com o pé atrás por toda bondade que ele tem demonstrado a nós. As pessoas ainda estranham esse tão grande amor de Deus. Encarnação, sofrimento, morte, ressurreição, promessas, vida eterna. Tudo isso por um simples ato e fé e obediência em amor? Os benefícios são infinitamente maiores que a parte que cabe a mim, mas é exatamente isso que graça propõe.
Mas quando a esmola é muita o santo desconfia. É o que pensam alguns, e incomodados com a avalanche de bondade e amor de Deus, tentam inutilmente pagar-lhe todos os benefícios recebidos, pois se sentem mal por estarem em dívida com Ele. Só que ao contrário disso a graça não imputa dívida, ela cancela a dívida. Sendo assim, todo tipo de trabalho e esforço em nome de Deus que não for feito por amor é inútil, é sentimento de culpa, é sentimento de dívida. Nossos esforços para Deus ou em nome de Deus praticados sem amor são apenas tentativas humanas de comprarem as bençãos de Deus sem ficar devendo nada a Ele, mesmo sem haver dívida alguma.
Graça foi a decisão que Deus tomou de ser bom em troca de nada. Está tudo consumado em Cristo, o que nos resta é apenas aceitarmos de graça, essa graça oferecida a nós.

Pense nisso.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Indique o Caminho


Às vezes fico admirado como coisas tão simples e corriqueiras podem proporcionar uma sensação de prazer tão grande. Digo isso porque essas coisas costumam acontecer comigo. Quer ver um exemplo?
Sempre fica em mim um sentimento de alívio quando estou em um lugar que não conheço, precisando chegar em determinado endereço que não tenho a mínima idéia de onde fica e alguém se dispõe a ajudar indicando o caminho. E é melhor ainda quando a pessoa conhece e sabe exatamente onde fica o lugar que estamos procurando. A convicção com que a pessoa nos indica a direção nos dá a segurança e a tranqüilidade para seguir o caminho indicado, pois o sentimento de estar perdido em um lugar desconhecido por mais ameno que seja causa algum desconforto, por isso, quando se chega ao local desejado ainda que não se verbalize, interiormente parece que dizemos “Ufa! Que bom que consegui chegar!
O mesmo sentimento de prazer eu sinto quando acontece ao contrário. Nesse caso não sou mais eu quem está perdido, mas sim, alguém que se aproxima e pergunta: Como faço para chegar em tal lugar? Sinceramente, fico triste quando não posso ajudar. Quando sou obrigado a dizer: Desculpe, mas não sei. Por outro lado me sinto feliz quando consigo indicar o caminho certo. Como hoje. Estava voltando do trabalho quando um rapaz me perguntou: Onde tem uma vidraçaria por aqui? E eu disse sem titubear: Siga em frente e antes da curva, do outro lado da rua tem uma vidraçaria. Parece bobagem, mas fiquei feliz em ter a resposta.
O que escrevi tem uma aplicação espiritual.
Um dia estávamos perdidos, sem direção, sem Deus no mundo, mas em algum momento alguém nos apontou o caminho. Abriu-nos os olhos. Desviou nosso rumo dos atalhos que levavam à morte e apontou-nos o caminho da vida. Sendo assim. A primeira alegria é a de possuir e ao mesmo tempo de estar seguindo O Caminho.
A segunda alegria é aquela de poder ser a pessoa que aponta a direção para alguém que está perdido na vida sem a mínima noção de sentido existencial. Pessoas que não sabem de onde vieram, nem onde estão e muito menos para onde vão. Gente que está entrando e saído de ruas e vielas de sofrimento e decepção. Indivíduos sem nenhuma referência.
Acredito que dentro dessa perspectiva não existe alegria maior do que aquela de poder dizer com a convicção de quem já achou e conhece o endereço certo. Esse é o Caminho (Jesus), andai nele.

Pense Nisso!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Olhe o interior


Quer comprar um carro? Ótimo! Compre um carro zero, mas se não puder vá a uma agência de usados mesmo. Mas cuidado! Não se deixe enganar. As aparências enganam.
Nunca julgue um carro pela aparência exterior. Lataria lisa, pintura metálica, polimento irretocável. Você pode acabar levando gato por lebre.
Ao comprar um carro usado ou seminovo nunca deixe de verificar seu interior. O assoalho, o estofamento e principalmente o motor. Carro impecável por fora, estofamento rasgado por dentro e motor batendo biela debaixo do capô, acho que não é muito bem aquilo que você deseja.
Ao conhecer alguém não julgue sua aparência. Você pode se equivocar. Procure os valores interiores, eles costumam ficar escondidos. Quase nunca amostra. Sempre discretos ao primeiro olhar. Uma bela aparência, uma roupa engomadinha, uma linguagem polida, podem maquiar muito bem feiúras interiores.
Sei que meu conselho é difícil. Quem nunca cometeu esse deslize? Até o profeta Samuel cometeu. Lembra? Por pouco o irmão mais velho de Davi não foi ungido rei. Homem de guerra, boa aparência, porte de rei, mas coração de plebeu. Já Davi, não vou dizer que ele era o patinho feio, mas se fosse prevalecer o critério humano dificilmente ele seria ungido rei de Israel. Davi. Aparência de menino, porte de adolescente e um coração segundo o coração de Deus.
O mesmo olhar de julgamento esteve sobre Jesus. Nem de longe Cristo se parecia com algumas pinturas que conhecemos. Cabelos lisos, olhos azuis, corpo esguio, abdômen definido em exposição na cruz, nariz afilado. Um verdadeiro top model. Nada disso! Segundo o profeta Isaías, o mestre não possuía parecer, nem formosura. Olhando qualquer pessoa para ele, nada se via para que fosse desejado. No entanto esse homem era meigo, doce, justo, integro e quando sua boca se abria a graça se derramava.
Que o Deus que ajustou a visão do profeta, também ajuste a nossa visão nos fazendo seus imitadores.

“ Não atentes para a sua aparência, ... Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração”.

Pense Nisso!