terça-feira, 29 de maio de 2012

Reflexão sobre o amor

O amor normalmente é assim: inesperado, repentino, surpreendente. Digo, normalmente, porque o amor não é óbvio, muito menos previsível. O amor, ainda que faça parte das relações humanas, encontra na ciência exata sua analogia. Seria o amor traduzido então pela matemática? Matemática não! Química. O amor não é constituído de por números, expressões ou equações. Ele contém apenas elementos. Mas seria a matemática capaz de traduzir o amor? Talvez. Acho podemos fazer uma tentativa. Não seria nenhum absurdo se dissermos que o amor é como duas retas perpendiculares que se encontram em algum lugar unindo-se em um mesmo ponto. Ele, o amor, nunca será paralelo, pois ainda que duas pessoas andem lado a lado, seus corações nunca se encontrarão. Por isso, o amor deve ir além da amizade e do companheirismo. Sem a interseção de sentimentos, emoções e propósitos, não há amor. O amor há de ser sempre a arte do encontro. Uma via de mão dupla. Um constante dar e receber. Uma troca permanente. Um eterno depósito de tudo que há de melhor e nobre nesse mundo. O amor nasce nos dois lados. Seja dando ou recebendo. O amor deve ser assim. Se há desencontro então não há amor. Se a via for apenas de mão única, só restará decepção e frustração. Porque quem ama quer ser amado. Quem deseja, quer ser desejado, e quem conquista, inevitavelmente quer ser conquistado. Se não for assim, então caia fora. Quer um conselho? Nunca tente forçar o amor. Ele não nasce de má vontade. Ele não pode ser imposto. Ele nasce do nada. Não pode ser produzido, visto que é espontâneo e livre. Ele é auto-existente. Tem vontade própria. Mais um conselho. Não julgue o amor. Ele tem personalidade forte. O amor é corajoso e audaz. Ele enfrenta a tudo e a todos. Ele zomba da aparência, da estética, da condição social e da opinião alheia. Às vezes ele parece burro e ignorante. Nada disso! Ele é apenas excêntrico. Por isso, poderá ser incoerente, ilógico, sem roteiro pré definido, sem preconceito. Assim, homem e mulher, quando se amam. Não unem apenas seus corpos, mas também suas almas. O amor tem o poder de unir a tríade humana: corpo, alma e espírito. Se apenas os corpos se unem pode haver sexo, mas nunca será amor. E quando as almas se unem, sem o desejo ardente de um pelo outro, se estabelece outro tipo de amor, mas não do tipo homem e mulher. O amor é sutil, sereno e harmônico. Ao mesmo tempo em que é intenso, dinâmico e insinuante. O amor deve ser quente, fervoroso. Nunca frio e muito menos morno. Nada de mais ou menos, pois o amor desejará mais, muito mais. O amor não aceita distância, só proximidade. O amor sente saudade. Ele quer estar perto, e quando perto, quer estar mais perto. No amor não há dúvidas, só certeza. Se há verdadeiro amor entre um homem e uma mulher, então há poesia, se há poesia, há arte, se há arte, há inspiração, se há inspiração, há um mistério. Já que ninguém sabe ao certo como, ou em que momento ele nasce. Assim é o amor. Complexo. Inalcançável. Sublime. Existem certas coisas que não são para se compreender, apenas para se desfrutar. Então não perca tempo tentando desvendar a caixa preta do amor. Ele é um código criptografado pelo próprio Criador, apenas aproveite. Então ame e seja amado (se tiver sorte). “Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma donzela”. Pv.30:18-19. Anderson Reis